sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Conto do sexto guardião

Durante a Invasão

Quando a invasão começou, tudo aconteceu de maneira tão inesperada que o primeiro portão caiu facilmente. O contingente inimigo era tão surpreendente que mesmo um poderoso guardião não foi capaz de conter tantos guerreiros sozinho. Os poucos soldados de Katur, que se encarregavam de controlar as caravanas, foram massacrados e no fim o mascarado se viu obrigado a recuar.

Voou com seu apoc até o segundo portão e ao chegar lá avistou a segunda guardiã já preparada para a batalha. Ao lado dela, cerca de trinta homens do exército representavam as defesas magis. O primeiro guardião não precisou aterrissar para avisar sua companheira que resistir ali era inútil. Os cártagos avançavam com ferocidade e conseguiam usar seus mantares no Solo Sagrado.

Mesmo sem uma troca de palavras, a mulher mascarada entendeu a mensagem, mas se recusou a recuar. Transmitiu com sua postura que protegeria seu portão até o último momento, ganhando tempo para que seus companheiros se reunissem e planejassem um contra-ataque.

O primeiro guardião admirou aquele gesto de coragem e partiu. Decidiu não parar em nenhum outro portão sem antes receber conselhos do líder, por isso voou direto ao encontro do sexto guardião. Encontrou-o em cima do pilar de pedra, observando a fumaça negra que avançava no horizonte. Sem pensar duas vezes, saltou do seu apoc e aterrissou ao lado dele, ajoelhando-se para deixar claro que precisava de instruções.

Já com a longa lança prateada em riste, o sexto guerreiro voltou seu olhar para o companheiro e acenou para que se levantasse. Os guardiões quase nunca usavam a voz para se comunicar, por isso pequenos gestos e a expressão corporal eram as principais ferramentas para transmitir seus pensamentos e ideias. O primeiro guardião observou a máscara branca com gotas azuis de seu líder e não demorou a receber sua ordem. Todos os protetores deveriam se reunir no território do sétimo portão e trazer consigo os soldados magis, mesmo que aquilo custasse a queda de seus portões. Não havia chance de derrotar os cártagos se continuassem separados.

Concordando com aquela estratégia, o primeiro guardião acenou com a cabeça e assoviou para que seu apoc se aproximasse. Entretanto, antes que pulasse no dorso da fera, foi seguro pelo braço. Olhou para trás e entendeu de imediato a mensagem do sexto. Os cártagos não devem chegar a Katur de jeito nenhum. Não podemos falhar!

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